Ed. 9 - Ano novo, projetos novos
Olá!
Há quanto tempo! As duas semanas em que essa newsletter esteve de recesso me deram um descanso muito bom, mas eu admito que senti falta de escrever para vocês. Estamos na 9ª edição de Uma mulher que escreve e primeira de 2021, e é sempre um prazer saber quantas pessoas estão interessadas em continuar recebendo esses e-mails.
Falando nisso, várias novas pessoinhas chegaram aqui nos últimos dias, então quero agradecer por terem assinado a newsletter e desejar que todas sintam-se bem-vindas.
Nesse tempo que passou, algumas coisas aconteceram, e vim falar sobre elas com vocês.
Em algum dia de novembro, enquanto montava minha árvore na Natal na sala de casa, fiquei pensando em como seria lindo escrever um conto natalino protagonizado por uma família negra. Não sei se você já percebeu, mas muitas das narrativas sobre pessoas negras que conhecemos são histórias de sofrimento; e as histórias de Natal, caracterizadas por momentos felizes e emocionantes entre um casal apaixonado ou entre amigos e familiares, são quase sempre protagonizadas por pessoas brancas. E eu acho que personagens negros merecem viver esse clichê de felicidade. Foi por isso que fiquei emocionada com a ideia e decidi que precisava escrevê-la.
Mas eu sabia que já era tarde para escrever um conto, contratar revisão, encomendar uma capa, diagramar, publicar e divulgar, faltando pouco mais de um mês para o Natal. E eu nem tinha dinheiro para investir nisso. Felizmente, Natal acontece todos os anos, então, tenho mais alguns meses de prazo para preparar tudo até o próximo mês de dezembro.
Falei sobre isso em alguns tweets aqui e ali, e, se você me segue na rede social dos 280 caracteres, já deve estar sabendo. Mas a novidade é que durante o período que tirei de recesso, eu pensei em tudo sobre essa história e fiquei tão empolgada com ela que comecei a escrevê-la, passando o projeto na frente do romance que estou planejando. O conto ainda está em andamento, um pouquinho por dia, sempre antes do meu horário de me arrumar para o trabalho. Essa história tem uma família que se ama; uma protagonista dona do próprio negócio; uma mágoa do passado; e comida gostosa. E, se tudo der certo, será publicada em dezembro deste ano.
E quem lembra do projeto especial que eu mencionei na edição anterior? Digamos que ele tem TUDO a ver com esse tweet postado pela escritora Dayane Borges assim que o ano virou. (Caso você tenha assinado a news nos últimos dias e queira saber do que se trata, acesse a edição anterior ).
Apenas esclarecendo possíveis dúvidas, ace é um tipo de gíria em inglês para assexual.
Agora, vamos para as recomendações de conteúdo!
- Em dezembro, fiz uma maratona de leitura de contos de Natal, e entre histórias fofas, românticas, sinistras e assustadoras, a minha favorita foi Natan & Lino, de Henri B. Neto. É uma comédia romântica narrada em forma de diário por um garoto chamado Lino que vai a uma festa de Natal no apartamento de uma amiga e acaba precisando ficar só de cueca e meias durante toda a noite. Além de passar essa vergonha, ele também tem que lidar com a presença de Natan, o aluno de seu pai por quem ele sente atração e ciúmes ao mesmo tempo. É uma novela muito divertida, e o melhor: tem várias continuações passando por outras datas comemorativas, incluindo Carnaval e Ano Novo.
- Ouvi em dezembro a playlist This is Stevie Wonder, no Spotify. Eu tenho o hábito de ouvir essas playlists que funcionam como um compilado geral das obras de artistas e bandas quando quero conhecer melhor suas músicas. De Wonder, eu só conhecia a famosíssima I Just Called To Say I Love You, e foi uma delícia ouvir mais. Acabei favoritando praticamente a playlist inteira, e recomendo que você também ouça, clicando aqui.
- Assisti na Netflix ao filme A Festa de Formatura, que adapta um musical da Brodway chamado The Prom. A história gira em torno de uma garota do interior que deseja levar sua namorada para baile do Ensino Médio, mas é proibida por grupos conservadores. Sabendo disso, um grupo de atores decadentes resolve ajudá-la. O filme dividiu opiniões quando foi lançado, mas achei muito fofo, adorei as músicas e roupas e chorei muito com o final.
- Postei no meu Instagram um reels mostrando a evolução de Elas Falam Por Si, que foi de pesquisa acadêmica a livro impresso em versão da autora a e-book autopublicado disponível na internet para compra e empréstimo. Você pode assistir clicando aqui.
- A Editora Seguinte lançou, no dia 17 de dezembro, um financiamento coletivo para publicar a edição física de Arlindo. É uma história em quadrinhos sobre Arlindo, um adolescente gay nos anos 2000 tentando encontrar seu lugar no mundo. As páginas da HQ eram postadas semanalmente no Twitter e no Instagram de Luiza de Souza (também conhecida como @ilustralu), e chegavam a ter milhares de curtidas e compartilhamentos. Certa página que fazia referência à música Na Sua Estante chegou a ter um comentário da cantora Pitty. Um verdadeiro fenômeno da internet. Comecei a acompanhar Arlindo quando já contava com algumas páginas publicadas e cheguei a marcar alarmes no meu celular para não perder as postagens, então dá pra perceber que eu amo essa história. O financiamento coletivo também é um sucesso: atingiu 100% da meta (mais de 84 mil reais) em menos de 24 horas, e desde então só aumenta o valor arrecadado. Não pude apoiar de imediato, porque em dezembro eu já tinha contribuído em outros dois projetos que me interessavam, então, estou só esperando receber o salário desse mês para apoiar Arlindo.
Depois de ler isso tudo, se você se interessou por essa história e também quer ter um exemplar físico, pode garantir acessando esse link.
Imagem de divulgação do financiamento coletivo de Arlindo.
- Minhas melhores leituras de 2020 foram vozes de tchernóbil, de Svetlana Aleksiévitch; Da poesia, de Hilda Hilst; Amora, de Natália Borges Polesso; A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafón; Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid; Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa; O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde; Quando O Rei Esteve Aqui, de Lyli Lua; Aída: um conto de liberdade, de Mariana Ribeiro, e As alegrias da maternidade, de Buchi Emecheta.
Essas foram as recomendações de hoje, e eu espero que você tenha gostado delas. Continuo tentando escrever com frequência. Volto na próxima semana com mais novidades!
Um abraço,
Lethycia
Para me acompanhar melhor, você pode me encontrar nos links abaixo:
Elas Falam Por Si
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