Ed. 10 - Esta sou eu tentando
Você pode ler este e-mail enquanto ouve esta música. Olá!
Aqui estamos na segunda news de 2021. Quando decidi começar essa newsletter, lá em outubro, sem nem saber se teria conteúdo suficiente para mais de um e-mail, eu não pensava que chegaria até aqui.
Várias semanas se passaram, e eu sempre fico impressionada em como me sinto à vontade nesse espaço, em como os textos de cada e-mail fluem para mim assim que começo a escrever. Não sei como tem sido para vocês, então gostaria muito de receber feedback. Caso você se sinta confortável, não deixe de responder este e-mail dizendo o que está achando!
No , falei sobre o conto de Natal que estou escrevendo com intenção de publicar em dezembro. E falei também que estou escrevendo esse conto todos os dias de manhã antes do horário em que me arrumo para o Trabalho de Pagar as Contas. Hoje, vim falar mais sobre como tem sido isso. Já fiz um post no Instagram contando um pouco desse processo, mas, para vocês que assinam Uma mulher que escreve, decidi contar tudo!
Antigamente, eu achava que escrever era uma coisa que só acontecia quando a gente tinha inspiração. Nessa minha lógica, todos os escritores que eu já tinha lido pareciam ser gênios muito inspirados! E eu ficava esperando pelo dia que também teria tanta inspiração assim.
Quando comecei a acompanhar escritores nas redes sociais e consumir conteúdo sobre escrita, descobri que a inspiração era um mito. Existem momentos em que temos ideias novas e existe um "cultivo" dessas ideias. Um livro bom não vem de um pensamento só. Às vezes uma ideia que nem parece tão boa assim, quando é desenvolvida o suficiente, se torna uma boa história depois de bastante tempo de reflexão, depois da escrita, revisão, e de passar por modificações e até mesmo reescrita completa. Um grande consenso entre a comunidade de escritores é que, para escrever bastante - para terminar histórias, ao invés de só anotar ideias e escrever começos ou trechos soltos - é muito melhor ter uma rotina do que contar apenas com a inspiração. E ter uma rotina significa ter dias e horários fixos. Transformar o que queremos fazer numa prioridade. Porque, se sempre deixamos uma coisa "para quando houver tempo", a verdade é que nunca haverá tempo.
Eu passei muito tempo sabendo disso na teoria e não aplicando na prática. O mais perto que já cheguei de ter uma rotina de escrita foi durante a produção do meu TCC, mas isso só acontecia porque eu tinha um prazo para entregar o trabalho e minha orientadora me cobrando avanços. Escrever literatura, para mim, é diferente. Eu não tenho editores nem agentes ou leitores beta, e só contrato revisores quando já tenho material pronto. Não tenho quem me cobre, então, apenas eu posso fazer isso. Só dependia de mim. E, como dizem os memes, é horrível que algo dependa só da gente.
Quando levantei da minha cama numa madrugada de dezembro disposta a ligar o computador para fazer anotações sobre o meu futuro romance, e vi como isso me deixou feliz por voltar a produzir depois de tanto tempo parada, eu entendi que precisava repetir a dose. Criei alarmes novos no despertador do meu celular. Se, antes, eu acordava às 6h quando precisava lavar o cabelo e 6h20 quando não precisava, eu acordaria às 5h ou 5h20 em dias alternados para escrever por uma hora, e depois me arrumaria normalmente para trabalhar das 8h às 18h como sempre. Tentei de novo na semana do Natal e também na semana do Ano Novo. E quis continuar tentando. Estabeleci a meta de completar cinco dias seguidos, uma semana em Dias Úteis: segunda, terça, quarta, quinta, sexta. Todos os dias em que sou obrigada a levantar cedo para trabalhar.
A semana passada foi aquela em que cheguei mais perto de atingir a meta. Consegui levantar na segunda, na terça, na quarta e na quinta. Mas, como a sexta-feira da semana anterior teve o feriado de 1º de janeiro, e o alarme estava desativado para esse dia e me esqueci de ativá-lo para a semana passada, perdi a hora na sexta. Acordei decepcionada às 6h10, sabendo que havia perdido um dia.
Mas tudo bem. Criar um novo hábito demora. No começo é cansativo. Nos primeiros dias, eu sentia muito sono e ficava cabeceando no meio do trabalho depois do almoço, lembrando dos tempos de faculdade em que eu sempre dormia nesse horário. Depois, o sono foi diminuindo. Eu sou uma pessoa matutina e me acostumo rápido a acordar cedo. No dia em que falhei, até senti falta. Mas entendo que foi uma falha normal para quem está começando algo novo. A gente não acerta todas as primeiras tentativas. Tudo bem. Essa é uma nova semana. E, como diz Taylor Swift na música que escolhi como título para hoje, esta sou eu tentando.
Para acompanhar meu progresso na tentativa de escrever com frequência, desenhei um calendário do mês de janeiro, com espaços para preencher cada dia com o número de palavras escritas. Talvez você não saiba, mas textos literários são medidos (por quem trabalha com eles) em caracteres, palavras ou laudas. No momento em que estou enviando este e-mail, meus registros estão assim:
Sei que a foto não ficou lá muito boa, então clique na imagem para ampliar.
E, agora que você sabe de tudo isso, vamos para as recomendações de conteúdo da semana:
- Minha primeira leitura iniciada e concluída em 2021 foi 244 Ideias de Conteúdo Para Divulgar Suas Obras, de Julia Rietjens, um tipo de manual de marketing digital para escritores. O livro é rápido, curto e tem um conteúdo bem amplo e coerente, que pode ser usado por escritores de diferentes nichos e públicos, com recomendações de como colocar as dicas em prática. O bom é que as ideias de conteúdo dadas pela autora servem não só para épocas de lançamento, mas também para conteúdo sazonal (datas comemorativas) e pautas frias - isto é, postagens que podem ser feitas a qualquer momento. Leia minha resenha aqui.
- Assisti no YouTube a um documentário da TV Cultura sobre os 100 anos de Clarice Lispector. É uma produção curtinha e deliciosa, que pode ser interessante não só para quem já conhece bem Clarice e é fã de suas oras, como para quem sabe pouco e tem curiosidade sobre ela.
- O blog Resistência Afroliterária está promovendo, a partir de sexta-feira (15/01), uma leitura coletiva de Homens pretos (não) choram, livro de Stêfano Volp com crônicas sobre masculinidades e negritude. A leitura segue até 29 de janeiro, dia em que contará com uma live no canal do YouTube Um Bookaholick e também no perfil do próprio Afroliterária no Twitter, com a presença de Alec Costa e Johnatan Marques e mediação de Sérgio Motta. O livro foi produzido por meio de financiamento coletivo e tem exemplares físicos à venda neste site e e-book na Amazon disponível no Kindle Unlimited. Acesse esse post para saber mais sobre a leitura coletiva.
- 29 de janeiro é também o dia do meu aniversário, e se você quiser me dar um presente, pode comprar e/ou avaliar meus livros ou me dar livros por meio da minha lista de desejados da Amazon. Só se quiser, sem pressão!
Espero que gostem das dicas de conteúdo e que perdoem o excesso de links!
Não deixem de dizer que o estão achando da newsletter.
Um abraço,
Lethycia
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Elas Falam Por Si
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