Ed. 31 - Perfis e conteúdos bissexuais para conhecer e acompanhar
Olá!
Como vocês estão?
Porque eu estou cansada!
Se você não entendeu a referência, decidi abrir esta edição nº 30 de Uma mulher que escreve com essa que é uma das maiores piadas entre pessoas bi na internet, porque, como diz a primeira frase do Manifesto Bissexual, nós estamos cansados!
Esse meme é MUITO real!
Como me assumi para a minha mãe e tive a aceitação dela em junho, eu meio que toquei o foda-se para tios, tias, primos e primas que me seguem em redes sociais. Postei foto usando bottons das minhas bandeiras, mostrei os livros que me fazem ter orgulho de ser bi, passei a compartilhar mais conteúdos LGBTQIAP+ nos stories, e pensei: por que não criar meu próprio conteúdo sobre bissexualidade?
É o que estou fazendo desde o início do mês (movida mais por emoção do que por estratégia) e estou gostando TANTO que me sinto como se chutasse a porta do armário toda vez, dizendo: "Pra lá eu não volto mais!" Então se sentir livre é assim? É por causa disso que decidi aproveitar que amanhã (23) é o Dia da Visibilidade Bissexual para trazer várias dicas e recomendações aqui.
- Todo grupo minoritário tem uma história, e para entender e respeitar esses grupos, é fundamental conhecer suas origens. Por isso, minha primeira recomendação aqui é o Manifesto Bissexual. O texto traduzido está disponível no Medium, no perfil de Ava Adore. Clique aqui para ler.
- Eu espero que a segunda recomendação não seja novidade para NINGUÉM, porque Maria Freitas é praticamente um ícone bissexual da literatura brasileira contemporânea. Mas, caso você não saiba, Maria Freitas é uma escritora mineira que lançou, durante o ano passado, 12 contos com protagonismo bissexual, um por mês, além de criadora do Cadê LGBT, que divulga literatura LGBT pelo Twitter. Os Clichês em rosa, roxo e azul estão publicados separadamente e também em conjunto. Encontre Maria Freitas no Instagram e no Twitter.
Maria Freitas, na foto de seu perfil do Twitter.
- Outra pessoa que eu espero que vocês já conheçam é Nick Thomás. Nick é trans não-binário, criador de conteúdo, escritor e também criador do projeto Quem Bindera, um projeto social que conecta pessoas trans sem condições de comprar binders a quem pode doá-los. Nick posta threads no Twitter e vídeos no Instagram falando sobre bissexualidade, monodissidência, transexualidade, não-binariedade e negritude. É uma das pessoas com quem eu mais aprendo na internet. Siga Nick no Instagram e no Twitter.
Nick Thomás, em sua foto do Twitter.
- Belle Marques é uma pessoa pessoa trans não-binária e criadora de conteúdo que trata do assuntos de diversidade, identidade, bissexualidade e não-binariedade no Instagram. Ela tem posts maravilhosos sobre direitos de pessoas LGBTQIAP+, e pessoas LGBTQIAP+ que marcaram a história, além de conteúdos sobre história do movimento LGBTQIAP+. Siga o Instagram de Belle.
Belle Marques em uma foto de seu Instagram.
- O Bisão Voador é um podcast feito por Beck Cunha e Zé Henrique. A cada episódio, os dois falam de cultura pop e de suas vivências enquanto pessoas bissexuais, além de outros temas relacionados à comunidade LGBTQIAP+. Os episódios podem ter ou não pessoas convidadas e contam com conversas às vezes sérias e informativas, outras vezes descompromissadas e divertidas. Conheça o site, siga pelo Twitter e ouça pelo Spotify.
- Nina Spim é jornalista e escritora, autora do blog Nina é uma e também criadora do perfil do Instagram Nina Revisa, que dá dicas de escrita criativa. Eu acompanho Nina há anos, desde quando ainda mantinha o meu antigo blog literário, e o blog dela era um dos que eu mais gostava de ler. Desde então, Nina criou novos projetos e eu continuei acompanhando tudo que ela fazia. Os livros dela tratam de saúde mental com muita responsabilidade e têm vários tipos diferentes de representatividade. Siga Nina no Instagram, no Twitter e no Nina Revisa.
Nina Spim, na foto de seu perfil do Twitter.
- Henri B. Neto é escritor, ilustrador, booktuber e fã de literatura pop. Conheci Henri graças ao Cadê LGBT, em listas de divulgação de livros e autores. Os vídeos deles são atualmente alguns dos meus favoritos no booktube, e quando comecei a segui-lo, não só passei a conhecer mais livros LGBTQIAP+ e de autoria negra, mas também alguns gêneros que eu não estava acostumada a consumir. Henri escreve comédias românticas sobre homens que se relacionam com homens, e eu sou completamente apaixonada pelo casal da série Natan & Lino. Siga Henri B. Neto em seu perfil do Twitter e do Instagram, assista ao seu canal e visite seu site.
Henri B. Neto na foto de perfil de suas redes sociais.
- G. G. Diniz é escritora de ficção especulativa, editora da Corvus Editora e da Revista Ignoto, booktuber, leitora crítica e também co-criadora do movimento Sertãopunk. Eu comecei a segui-la em redes sociais quando sua novela Morte Matada foi lançada pela Corvus, mas já tinha contos anteriores dela no meu Kindle. Depois, comecei a acompanhar seu canal no YouTube, o Usina de Universos, em que ela faz resenhas bastante contundentes, criticando especialmente aspectos de racismo, LGBTfobia e colonialismo em livros de ficção especulativa. Seus comentários são tão bons que fazer leitura crítica com ela se tornou meu sonho de princesa - e, mediante pagamento, estou realizando esse sonho com meu próximo lançamento. Siga G. G. Diniz no Twitter e acompanhe seu canal.
G. G. Diniz na foto de seu perfil no Twitter.
- Anos atrás, quando ainda era universitária, eu participei durante vários semestres seguidos do Matéria Prima, um programa de rádio inteiramente produzido por estudantes de Jornalismo. Em setembro de 2017, eu e meus colegas fizemos um programa inteiro dedicado a vivências LGBTQIAP+, e minha participação nesse dia foi com uma reportagem sobre estereótipos a respeito de pessoas bissexuais e como eles são nocivos para nós. Eu ainda nem me identificava como bi naquela época, mas fazer essa reportagem mexeu comigo, e tanto o texto como a minha locução foram alguns dos meus maiores motivos de orgulho enquanto participei do Matéria Prima*. O programa foi apresentado ao vivo, mas os episódios foram gravados e ficam disponíveis em um site, e se você gosta de "antiguidades", pode ir até lá para ouvir o episódio do dia 30 de setembro de 2017. Minha locução começa a partir dos 09 minutos de programa, mas vale a pena ouvir tudo. A voz de meu amigo Bruno Destéfano repetindo as palavras de Johnny Hooker no fim da música Flutua me dá arrepios até hoje! Eu ouvi o episódio novamente quando me entendi bi, e minhas palavras no fim da reportagem ainda me emocionam. Ouça aqui.
* A definição de bissexualidade que eu faço no início da reportagem não é aquela com a qual eu concordo hoje e peço desculpas antecipadas por tê-la usado. Hoje, vejo a bissexualidade como atração por pessoas independente do gênero.
DICA EXTRA: Até o dia 26 de setembro, vários e-books nacionais da Editora Seguinte estão custando APENAS R$ 4,90 na Amazon. Estão incluídos títulos como Arlindo, Ninguém nasce herói, Céu sem estrelas, Enquanto eu não te encontro e Heroínas negras brasileiras. Comprando qualquer um deles pelo meu link de associada, você me ajuda a ganhar uma pequena comissão e não gasta nada a mais com isso!
Espero que vocês tenham gostado das recomendações e que acompanhem essas pessoas e conteúdos não só durante o mês da visibilidade bi. Se você é uma pessoa bissexual que ainda não sabia quem seguir ou o que consumir na internet, torço para que as indicações de hoje te fortaleçam e te façam sentir muito orgulho durante o ano inteiro. E, se você é uma pessoa LGBTQIAP+ no armário, eu recomendo que leia a carta que escrevi especialmente para você. Ela está publicada no meu Medium.
Um abraço,
Lethycia Dias
Orgulhosamente bissexual
Elas Falam Por Si
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