Ed. 37 - Bastidores do lançamento, melhores leituras do ano e recesso
Olá, pessoas natalinas!
Na nossa última edição, eu anunciei a pré-venda de Como Salvar uma Ceia de Natal. Hoje, venho abrir a edição nº 37 de Uma mulher que escreve avisando que o conto JÁ ESTÁ DISPONÍVEL, tanto para quem comprou na pré-venda quanto para quem estava esperando para pegar pelo Kindle Unlimited.
De lá até aqui, as coisas foram uma loucura - e eu sei que já estou repetitiva falando isso a cada quinzena. Mas é porque foram mesmo!
Eu aguentei bravamente os últimos dias no meu emprego até finalmente entrar de férias no dia 06. Na sexta-feira (03/12), meu último dia de trabalho, minha chefe permitiu que o estabelecimento fosse fechado e eu e minha colega fôssemos embora mais cedo assim que a tarefa principal fosse cumprida - e foi assim que eu voltei para casa às 14h30 feliz como uma adolescente de filme estadunidense saindo da escola no último dia de aula.
A partir do dia 06, readaptei toda a minha rotina para não apenas me dedicar mais à divulgação de Como Salvar uma Ceia de Natal, mas também para aproveitar ao máximo fazendo todas as coisas (legais e chatas) que eu não conseguia fazer enquanto vendia meu tempo e minha saúde mental no trabalho. Pelas manhãs, eu faço uma das minhas tarefas principais (diagramar o arquivo final do conto, produzir novos conteúdos de divulgação, ler, responder e enviar e-mails, olhar vagas de emprego em grupos no WhatsApp, separar roupas que não me servem mais, etc), e pelas tardes, passo metade do tempo estudando para mais um concurso público e a outra metade assistindo a algum filme ou série que não pude assistir antes porque não tinha tempo. Já assisti Wandavision, Black is King e também Get Back - o documentário enorme sobre a produção do álbum Let It Be, dos Beatles. De noite, depois de fazer minha própria janta, eu assisto mais alguma coisa na TV e leio até sentir sono. Sim, eu preciso de rotina até quando estou de férias. É assim que as coisas funcionam pra mim.
Mas vamos às fofocas que vocês estavam esperando!
O anúncio da pré-venda foi muito conturbado, não só porque eu estava estressada e esgotada no meu emprego CLT, mas também porque precisei repensar VÁRIAS decisões na última hora. O perfil literário do Twitter para o qual eu tinha solicitado divulgação encerrou suas atividades*; eu pedi um favor para uma pessoa bem em cima da hora e recebi bem mais do que esperava (não façam isso); eu tive que digitar um tweet com créditos e agradecimentos enquanto atendia no trabalho; e esqueci de usar hashtags e marcar pessoas nos posts do Instagram, por exemplo.
Por outro lado, recebi um carinho enorme que, ao mesmo tempo em que era esperado, também me surpreendeu. A capa foi muito elogiada; muitas pessoas negras (que são o principal público-alvo do conto) se interessaram pela leitura; pessoas me enviaram prints do comprovante de compra MINUTOS depois do anúncio; o post da revelação de capa no Instagram teve mais engajamento do que boa parte das minhas postagens dos últimos meses - sem promover ou usar nenhuma hashtag - e pessoas compartilharam sem que eu sequer pedisse; e, com isso, tive 14 cópias vendidas só no primeiro dia da pré-venda. 14 pode parecer pouco, mas é muito para uma autora independente com 2 mil seguidores em sua principal rede social.
Ao longo dos últimos 15 dias, eu fiz posts planejados dia sim, dia não; e posts não planejados durante os outros dias. Tive centenas de cliques diários nos meus links de associada da Amazon; meu pai me mandou mensagem perguntando como ia a pré-venda e pedindo imagens e links para compartilhar nos grupos de WhatsApp dos quais participa; e meu conto foi mencionado em um vídeo de um booktuber que eu adoro acompanhar - falaremos sobre isso depois.
No geral, desde quando comecei a divulgar meu lançamento (15 de novembro), produzi cerca de 111 imagens e 1 vídeo pelo Canva; 4 vídeos filmados pela câmera do Instagram ou do aplicativo nativo do meu celular e editados nos aplicativos Inshot e CapCut; e 1 vídeo inteiramente filmado e editado no TikTok. Eu me orgulho disso porque não sou boa com produção de imagens. Não sei usar - e nem tenho - Photoshop, por exemplo. Não sei produzir nada elaborado em vídeo; não sei fazer vídeos de dublagem; nem vídeos que exigem certa atuação; não sei fazer dancinhas coreografadas - na verdade, não sei dançar nem quando não tem coreografia. E, sabendo que meus principais canais de divulgação são as redes sociais, e que nelas, a performance é muito importante, eu sempre preciso me concentrar em usar minhas melhores habilidades. E acho que fiz isso muito bem produzindo todos os posts dos últimos 30 dias.
E isso resultou em 40 e-books vendidos durante a pré-venda (39 deles após o anúncio, porque uma pessoa comprou o livro quando ninguém sabia que ele já estava disponível). É mais do que eu vendi na pré-venda de Mesmo que eu vá embora (36 cópias) e 10 vezes mais do que vendi na de Elas Falam Por Si (4 cópias). Novamente: 40 pode parecer pouco, mas para uma autora independente sobrecarregada, estressada e sem dinheiro para pagar publi, é muito, sim.
E eu quero agradecer a todo mundo por isso. As pessoas que compraram; as que já estão lendo pelo Kindle Unlimited; as que ficaram interessadas mas ainda não puderam adquirir; as que comentaram elogiando a capa; as que compartilharam as postagens em qualquer rede social; as que citaram o conto em indicações de leitura. Até você, que está lendo isso. Eu sou MUITO grata!
Antes que eu me esqueça: atingimos duas das metas de pré-venda, e com isso, tanto a playlist de músicas natalinas quanto os wallpapers estão liberados pra todo mundo. Já divulguei links para ambos nas redes sociais, mas vou deixar aqui também o acesso à playlist natalina e aos wallpapers de computador e celular. Espero que gostem de ouvir e usar!
*Sobre o perfil literário no Twitter:
Eu pretendia anunciar minha pré-venda e lançamento com o Resistência Afroliterária, um perfil no twitter focado em divulgação de literatura escrita por pessoas negras. Alguns dias antes do meu anúncio, porém, o Afroliterária anunciou o encerramento de suas atividades por tempo indeterminado, porque seus criadores estavam esgotados e precisavam priorizar outros trabalhos mais rentáveis e a própria saúde mental. A essa altura, eu já tinha me planejado novamente para fazer meus anúncios por conta própria, mas fui pega completamente desprevenida - eu achava que meu e-mail não tinha sido respondido porque talvez o Afroliterária estivesse de férias, e estava encarando isso de forma profissional. Fiquei muito triste (enquanto público) com o fim de um trabalho tão significativo e tão bonito, mas compreendo e reconheço que Lorrane Fortunato e Sérgio Motta têm todo o direito de se priorizar.
Chegando ao fim do tópico Lançamento, quero avisar que vou me dar um pequeno recesso com a newsletter. A próxima edição deveria ser publicada no dia 29 de dezembro. Vamos pular esse dia e voltar só na próxima semana, no dia 05 de janeiro. Por isso, e porque eu adoro encerramentos e listas, resolvi trazer aqui algumas dicas de leitura para vocês.
Minhas melhores leituras de 2021 (até agora)
1) Faça Boa Arte - Neil Gaiman
Vários meses atrás, fiz só para comentar o quanto esse livro me impactou. As coisas que Neil Gaiman diz sobre produzir arte, trabalhar com isso e sobre como a arte salva me fizeram chorar até soluçar e eu li o livro inteiro duas vezes na mesma noite. Se você ainda não, ou ainda não assistiu ao discurso filmado, espero que seja impactante para você também.
2) O pássaro Secreto - Marília Arnaud
Este foi o vencedor do Prêmio Kindle 2020, mas ainda era finalista quando ouvi falar dele pela primeira vez. É a história de uma garota cuja vida e relação com a família muda para sempre com a descoberta da existência de uma meia-irmã, que passa a viver na casa dela. É narrado de forma não linear, indo e voltando no tempo, com bastante referências de arte, incluindo livros, música e poesia, e é de uma intensidade que me tocou demais. A todo momento, enquanto lia, eu me pegava admirando alguma frase usada pela autora.
3) Escrever Ficção - Luiz Antonio de Assis Brasil
Este manual de escrita estava na minha mira há muito tempo, e resolvi ler na tentativa de melhorar minha produção. Assis Brasil nos fornece, com este livro, ferramentas e conceitos muito importantes para a melhoria da escrita, que não devem ser tomados como regra, mas sim pensados, interpretados e utilizados de acordo com aquilo que pode nos beneficiar mais. Pra mim, as partes mais valiosas do livro são aquelas que dizem respeito à criação de personagens, e eu fiz questão de começar a colocar algumas lições em prática no meu romance.
4) Arlindo - Ilustralu
Eu já tinha acompanhado Arlindo quando as páginas eram postadas semanalmente nas redes sociais, mas fiz questão de apoiar o financiamento coletivo da publicação em formato físico, e quando recebi o meu, não demorei para ler. Todos os afetos presentes em Arlindo me emocionam e eu vejo Arlindo como uma grande história de amor - não porque Arlindo se apaixona, mas porque suas amizades, sua relação com a mãe, a avó e a irmã, e até as referências dos anos 2000 carregam amor e afeto. E isso é lindo.
5) A filha primitiva - Vanessa Passos
Acompanho Vanessa Passos no Instagram há um bom tempo e li sua novela quando era recém-lançada, por volta de agosto. Ela nos leva a conhecer três gerações de mulheres em confronto com o ser mulher (cisgênero), com a maternidade e com a própria identidade. A protagonista-narradora se ressente da mãe por nunca ter dito quem era seu pai e ao mesmo tempo, não consegue se ver no "papel de mãe" da própria filha. Com frases curtas, diretas e sem floreios, ela escreve sobre seu sentimento de amargura, pessimismo, angústia e solidão enquanto busca pelos estudos realizar o desejo da mãe de fazer com que sua família alcance melhores condições de vida. Este livro é um dos finalistas do Prêmio Kindle 2021 e estou muito feliz e orgulhosa pela Vanessa.
Não tenho muitas atualizações sobre o meu romance. Consegui retomar a escrita na última semana em que trabalhei fora de casa e estou perto de finalizar o capítulo 10. Consegui inserir uma das minhas protagonistas num ambiente em que eu queria muito colocá-la, com alguns diálogos e percepções que considero importantes em um livro com protagonismo LGBTQIAP+. Porém, desde que entrei de férias, fui tomada pelo trabalho de divulgação do lançamento e parei de escrever.
Além disso, pretendo usar as duas últimas semanas de dezembro para planejar e pelo menos começar a escrever um novo conto que deve ser publicado no ano que vem antes do romance.
- A Editora Escureceu está com uma nova campanha de financiamento coletivo, dessa vez para recuperar o primeiro thriller escrito por um autor negro nos Estados Unidos, ainda inédito no Brasil. A Morte do Mago conta com seu apoio até o dia 07 de janeiro de 2022. Apoie aqui.
- Henri B. Neto, autor de Natan & Lino, leu antecipadamente meu novo conto e comentou a leitura no último vlog de seu canal no YouTube, o Bookcrushes. Isso foi INCRÍVEL, porque meu convite, a princípio, foi apenas para um comentário escrito sobre o conto (que eu uso na página de venda, no início do e-book e em artes de divulgação). A ideia do vídeo foi iniciativa do Henri e eu amei! Se quiser saber um pouco mais sobre os sentimentos que Como Salvar uma Ceia de Natal pode te causar, eu recomento que assista clicando aqui.
- Maria Freitas e Koda G. estão publicando um conto de natal com protagonismo não-binário, romance sáfico e viagem no tempo. Eu amo a escrita da Maria e também do Koda, e além disso, a capa do conto está LINDA! Clique aqui para conhecer.
- Entre o fim de novembro e o início de dezembro, ouvi todos os álbuns de Elis Regina disponíveis no Spotify. Isso é muita coisa. A música Dois pra lá, dois pra cá alugou uma cobertura na minha cabeça, com direito a ideia para uma história nova, que eu não faço ideia de quando vou poder escrever. Meus álbuns favoritos foram Elis & Tom e Essa Mulher. Nesse último, eu favoritei todas as músicas! Recomendo muito os dois.
Fico por aqui.
Desejo a vocês ótimas leituras, feliz Natal e Feliz Ano-Novo.
Um abraço,
Lethycia
Como Salvar uma Ceia de Natal
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