Meus livros bissexuais favoritos - Uma mulher que escreve #95
Indicações de leituras com diferentes formas vivenciar a bissexualidade
Olá, pessoas que leem!
Estou enviando esta edição propositalmente na data errada - alguns dias depois do que deveria, e numa segunda-feira - porque hoje (23/09) é o Dia da Visibilidade Bissexual. A data existe desde 1999 com intuito de dar visibilidade à comunidade bi e combater a bifobia. Pensando nisso, resolvi aproveitar para recomendar cinco livros favoritos com protagonistas que vivem a bissexualidade de formas diferentes.
Será uma edição curtinha, mas espero que gostem!
Lembrando que não posso enviar links afiliados por e-mail, então, se você está lendo dessa forma e quiser comprar algum deles me dando uma pequena comissão, pode usar o meu linktree. Caso esteja acessando pelo aplicativo ou site do Substack, não se preocupe! Pode clicar em qualquer link do texto, e ao comprar pela Amazon, você me ajuda a continuar escrevendo!
Começando pelo primeiro que eu li…
Ninguém nasce herói, de Eric Novelo
Nesta distopia publicada em 2017, mas que já visualizava bastante o avanço de forças políticas odiosas no nosso país, Chuvisco e seu grupo de amigos tentam se proteger dos apoiadores de um presidente que odeia minorias. Em meio a pequenos atos de resistência e a catarses criativas - uma espécie de transtorno com que o protagonista sofre - essa história nos mostra que proteger quem ama a gente, às vezes, é a melhor forma de se manter vivo.
Cada um dos amigos de Chuvisco faz parte de um grupo na sigla LGBT, e a sexualidade de Chuvisco, que é bi e demi, é tratada de forma muito natural.
Minha versão de você, de Christina Lauren
Neste romance young adult, Tanner se inscreve numa disciplina de escrita criativa durante o Ensino Médio que é ministrada por Sebastian, o filho do líder mórmon da cidade e autor de um best-seller recém-publicado. A diferença de idade entre os dois é pequena, e Tanner se interessa por Sebastian imediatamente, e conforme os dois se aproximam não só durante as aulas, mas também fora delas, acabam se apaixonando. Mas a religião de Sebastian e as expectativas que a família e a comunidade colocam nele serão um entrave para o romance.
Apesar de nada nesse livro ser parecido com a minha vida, ele entrou para os meus favoritos porque a forma com que Tanner fala sobre bissexualidade e sobre ser bi é quase palpável de tão real. Recomendo muito para quem estiver se questionando ou se descobrindo!
Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid
Evelyn Hugo foi uma grande estrela da Old Holywood, e agora que todos que ela ama já morreram, decide dar uma entrevista bombástica revelando todos os segredos de seu passado. Entre eles, quem teria sido o grande amor de sua vida, que não foi um de seus sete maridos.
O livro é mais do que popular, e se você não ouviu falar dele nem uma vez nos últimos anos, deve ter vivido numa caverna. Mas acho que a indicação vale pela abordagem de descoberta da sexualidade numa época em que relações entre pessoas do mesmo gênero eram consideradas um crime e quando não existia nenhum tipo de referência - nem mesmo se conhecia as palavras certas - para poder se afirmar quem se era.
O guia do cavalheiro para o vício e a virtude, de Mackenzi Lee
Neste romance de época super divertido, acompanhamos o grupo formado por Monty, seu melhor amigo, Percy, e sua irmã, Felicity, numa viagem pela Europa que será transformada de um passeio cultural e artístico em uma perigosa caça ao tesouro.
Monty é um verdadeiro trambiqueiro e sua voz narrativa é divertidíssima! E os momentos em que ele e Percy dão vazão ao desejo em que sentem um pelo outro são de tirar o chapéu!
Manda foto de agora, de Koda G.
Neste romance contemporâneo e adulto, Pams e Ana se conhecem numa aula de inglês online e rapidamente pulam da amizade para troca de nudes e outras interações virtuais que se tornam cada vez mais quentes até que elas têm a chance de se encontrar pessoalmente.
Por mim, quanto mais histórias hot com pessoas fora do padrão branco, magro e cis-hétero, melhor! Manda foto de agora é uma delícia, e nele, Koda G. criou o bordão “orgulhosamente bissexual” que eu adoro usar!
E se você estiver achando que cinco indicações são pouco, não se preocupe! Vou deixar minhas próprias histórias como bônus!
Antes que as dores te sufoquem, de Lethycia Dias
Ter se afastado de sua família biológica levou Tarsila a encontrar seu lugar entre amigos LGBTQIAP+ e se descobrir como uma mulher bi e demissexual. Mas quando sua irmã morre repentinamente, ela precisa encarar o que deixou para trás.
Nesse drama familiar, abordei principalmente as dificuldades de compreender a si mesmo que a gente pode experimentar vivendo em meios pouco diversos. Tarsila só entende a própria sexualidade depois de passar a conviver com outras pessoas LGBT, que a ajudam a encontrar a liberdade que ela sempre quis ter.
Antes que as dores te sufoquem está completando dois anos de publicação hoje, e é sempre um orgulho recomendar essa leitura!
Liberdade e Acaso, de Lethycia Dias
No segundo conto da antologia De todas as paradas do mundo, Alana ignora o bolo que seus amigos lhe deram e vai sozinha até a Parada LGBT de São Paulo, determinada a beijar o maior número possível de pessoas. Ela está cumprindo bem seu objetivo, até dar uma entrevista levemente alcoolizada para uma matéria ao vivo do jornal local e acabar encontrando um amor do passado.
Liberdade e Acaso é uma história divertidíssima sobre como o amor pode estar onde a gente menos espera, além de celebrar a bissexualidade do melhor jeito possível: com toda a liberdade que podemos ter.
Li, ouvi e assisti
Terminei de ler Cidades afundam em dias normais, de Aline Valek, e é um ótimo retrato de como nós, brasileiros, vivemos tragédia atrás de tragédia, mal nos permitindo recordar da última antes de sermos engolidos pela próxima, e encarando tudo com a maior normalidade do mundo. É assim mesmo. Felizmente, algumas pessoas se esforçam para que a memória coletiva seja preservada e para que nos recordemos de que não, nem sempre foi assim.
Terminei de ler Como tigres na neve, que é uma história épica de amor, guerra e luta pela sobrevivência ambientada na Coreia do século passado. Não lembro onde peguei a indicação desse livro, mas aproveitei a assinatura promocional do Kindle Unlimited pra ler, e adorei ter feito isso! Também estou lendo Deixe o sol entrar, de Bruna Fontes, um YA ambientado em 1989 nos Estados Unidos com um triângulo amoroso inspirado nas músicas de Taylor Swift do álbum folklore, e Última Parada, de Casey McQuinston, um romance com uma garota misteriosa dos anos 70 que está presa através do tempo e do espaço no metrô de Nova York.
Passei vários dias ouvindo a playlist bossa nova soul, com músicas típicas da bossa nova - em várias versões e idiomas diferentes. Tem Garota de Ipanema em português e inglês e em forma instrumental. Tem o Samba da Bênção em francês! É uma delícia de ouvir pra estudar.
Assisti a muitos filmes recentemente, porque estou trocando de emprego e passei três semanas sem trabalhar entre a saída de um e o início no outro! Teve coisa muito ruim e coisa muito boa! Do segundo grupo, achei a adaptação de O Talentoso Ripley (1999) incrível e tão boa quanto o livro. Estava na Netflix, mas já foi removido. Na Mubi, assisti ao documentário Que bom te ver viva (1989), que reúne depoimentos de mulheres que foram presas políticas durante a ditadura, em meio a um monólogo maravilhosamente interpretado por Irene Ravache.
Na mesma plataforma, assisti ao doloroso Vicenta (2020), uma animação argentina em stop motion que retrata a difícil busca por aborto legal em países latinoamericanos. Nele, uma mãe descobre que sua filha deficiente está grávida após sofrer abuso por um tio, e percorre um longo e angustiante caminho entre repartições públicas, hospitais e processos judiciais para garantir que sua filha não seja obrigada a ser mãe, sendo incapaz disso. É muito semelhante à realidade do Brasil.
Gosta das minhas indicações da Mubi? Saiba que clicando neste link, você pode experimentar um mês de teste grátis e conhecer filmes diferentes do padrão de outros streamings!
Se você gostou desta edição, sempre pode deixar um comentário contando o que achou! Talvez eu não saiba como te responder, mas vou adorar ler!
Eu fico por aqui.
Um abraço,
Lethycia Dias
Meus livros | Meu Bluesky | Entre no meu canal do Telegram | Visite meu site
Uma mulher que escreve é um espaço pessoal para registro de processo criativo e reflexões sobre escrita, literatura e arte em geral. Se gostou deste texto, compartilhe em suas redes sociais, leia edições anteriores ou se inscreva na newsletter para receber mais!
Caso se interesse por algum livro recomendado aqui, considere comprar pelos links deixados no texto: cada compra feita na Amazon a partir dos meus links gera pra mim uma pequena comissão que me ajuda a continuar escrevendo! Você também pode colaborar de forma direta fazendo um Pix para lethyciasdias@gmail.com doando qualquer valor!