Marcos de idade - Uma mulher que escreve #80
O que aprendemos a esperar da vida adulta: uma carta de quem se aproxima dos 30
Olá, pessoas que leem!
Eu avisei na edição passada que esta teria um conteúdo especial. Desde o ano passado, eu participo de um um grupo no Telegram de autores de newsletter, e no momento estamos realizando a segunda edição do nosso “amigo secreto”, em que cada um publica uma edição da própria news dirigida à pessoa que sorteou.
Dessa forma, a partir de agora vocês vão ler uma carta em resposta a um texto publicado pela minha amiga secreta*, cujo nome revelarei no final.
Filmes, idade e expectativas
Querida amiga,
Passei muito tempo lendo seus comentários sobre filmes. Sou uma pessoa genuinamente curiosa e apaixonada por cinema, então, saber o que outras pessoas pensam e sentem a partir daquilo que assistiram é sempre interessante pra mim. Mas me chamaram atenção as suas reflexões sobre o filme De repente 30, porque, coincidentemente, fazem apenas algumas semanas que vi esse filme inteiro pela primeira vez.
Não pense que sou uma pessoa da infame Geração Z, do tipo que não conhece as referências millenials e fica fascinada quando assiste a um filme dos anos 90 que acreditava ser desconhecido por não ter sido indicado por ninguém, só porque não encontrou nada melhor no catálogo da Netflix. Na verdade, estou bem próxima da sua idade, e antes mesmo de assistir ao filme, já tinha muitos motivos para pensar nas coisas que dizem que precisamos fazer antes dos... não importa o número. Porque sempre há um marco, um tipo de limiar em que parece que precisamos chegar com um lista cheia de itens marcados como concluídos.
É só que fui uma criança nascida no fim dos anos 90 que tinha TV a cabo em casa e não gostava de assistir a filmes com atores, a não ser que fossem filmes para crianças, então, quase tudo que eu via por vontade própria na televisão eram desenhos animados, filmes de animação e séries do Disney Channel. Só alguns poucos “filmes de adulto”, como eu chamava (embora a classificação indicativa às vezes fosse livre ou 10 ou 12), é que me interessavam, e só na minha adolescência é que meus interesses foram mudando e passei a assistir mais filmes live-action. Mas aí eu já tinha perdido muita coisa produzida durante meu curto tempo de existência, sem falar em tudo que Hollywood lançou antes de eu nascer. Haja tempo pra colocar tudo em dia! E foi assim que me aconteceu de só ter visto alguns filmes famosos dos anos 2000 que todo mundo ama e sabe as falas de cor já depois de adulta. De repente 30 é um bom exemplo disso!
Mas, como eu estava falando, estou perto de você na linha do tempo. No próximo mês, completo 27 anos, e sei que essa idade também é um tipo de marco porque os ídolos de diferentes gerações morreram aos 27, mas não é nisso que estou pensando. A última vez que ingeri uma gota de álcool já faz vários meses, e para a decepção dos anti-intelectualistas de direta, passei quatro anos numa universidade pública sem sequer fumar um baseado! Pelo menos, não de forma ativa.
É que o filme fala bastante sobre os 30 anos serem “a idade do sucesso” e todas as coisas que se espera que uma pessoa já possua ou esteja vivendo nessa idade - e eu não duvido que esse tipo de expectativa fosse bem comum em 2004 - mas hoje em dia essa ideia de precisar ser bem-sucedido, ter a casa dos sonhos e o relacionamento perfeito antes de atingir certa idade já é bem combatida pelas pessoas da nossa própria geração, e foi com essa dicotomia entre o ideal de uma geração e a perspectiva bem mais realista de outra que eu assisti às peripécias de Jenna experimentando a vida que sempre quis. Não com cinismo, com raiva ou com aquele ar de superioridade de quem acha que sabe mais do que os outros, mas com curiosidade de ver como aquilo ia funcionar. Foi divertido.
Eu observei a mesma coisa que você, que Jenna é transportada para os 30 tendo ainda a mesma mentalidade e encantamento com a vida que tinha aos 13, e é isso que torna o filme tão delicioso, porque essa Jenna-adolescente-no-corpo-de-uma-mulher-adulta tem a coragem de fazer e dizer coisas que talvez outras mulheres adultas não fariam na mesma situação, e no fim, as coisas terminam bem porque ela se mantém fiel àquilo em que acreditava quando era mais jovem, antes de se deixar levar por aquilo que esperavam dela.
Mas de alguma forma, essa ideia do sucesso e de como a sua vida deve ser e você deve se parecer aos 30 anos permanece incrustada na sociedade, por mais que nos recusemos a acreditar nisso. E mesmo que a sociedade tenha mudado, que as condições de vida e de trabalho tenham sido alteradas de um jeito rápido demais para acompanharmos na última década, de forma que só quem já tem todos os privilégios consegue mesmo “chegar lá” tão rápido, a nossa geração está cheia de pessoas frustradas por pensar que não conseguem um emprego tão bom quanto o de fulano, não conhecem ninguém legal o bastante para ter um relacionamento, e se já estão nos 20 e tantos e ainda não conseguiram nem isso, que dirá ter uma casa, um carro, conseguir viajar nas férias…
Talvez isso explique por que o diálogo entre Charlotte Lucas e Elizabeth Bennet, de Orgulho & Preconceito (outro filme que só vi depois de adulta) tenha se tornado um meme com a explicação que Charlotte dá sobre ter aceitado se casar com o primo detestável de Lizzie:
Em tempos de “relações de trabalho flexíveis” ou precarizadas, como eu prefiro chamar, quando um diploma de ensino superior não garante emprego na área, e um de pós-graduação pode tornar alguém “qualificado demais” para ser contratado, quando a informalidade de alguns setores profissionais faz os benefícios da CLT parecerem um sonho irreal e a aposentadoria uma coisa impossível… Ter 27 anos e ainda depender financeiramente dos pais acaba sendo a realidade de muita, muita gente.
E quando essa imagem passa pela timeline, a gente dá um riso irônico e compartilha com amargura. Eu sei como é porque fiz isso várias vezes esse ano, dizendo para mim mesma que não chegaria aos 27 desempregada. Não vou chegar, mas quanto às outras coisas que a minha geração passou anos acreditando que viriam muito rápido depois dos 18, eu continuo tão longe de ter alguma esperança quanto a amiga da Lizzie Bennet estava de ter uma vida confortável.
Mas é engraçado como algumas das nossas crenças parecem fundamentadas pelo conteúdo de entretenimento que consumimos, não? Em De repente 30, a Jenna queria ser como as mulheres das revistas que lia. Já O diabo veste Prada, um outro filme que também marcou os anos 2000 - esse eu vi na época em que foi lançado e continuo assistindo de novo sempre que tenho a chance - parece lançar direto para nossas mentes os questionamentos que, mais de dez anos depois, são parte das nossas vidas no mundo do trabalho e que são tão contraditórios quanto as personagens.
Volta-e-meia as redes sociais ressuscitam o debate sobre quem era o “vilão”: a chefe exigente demais ou o namorado que não apoia o esforço de Andy para crescer profissionalmente? Mas não seria o verdadeiro errado da história um ambiente de trabalho em que é necessário estar disponível o tempo todo e só se pode crescer passando a perna nos outros?
E mesmo dizendo para nós mesmos que jamais gostaríamos de passar os perrengues que Andy passa, a gente acaba caindo na armadilha. Eu mesma já acreditei que se “suportasse” ficar por tempo suficiente em um emprego abusivo, teria experiência no currículo para um dia conseguir trabalhar em um lugar melhor. Observe: não onde eu quisesse, como Andy acredita no filme, mas só um lugar menos ruim. Spoiler: nenhum dos meus empregos abusivos aumentou minha moral nas entrevistas que fiz depois. E quando tive uma chefe que era como Miranda Priestly, mas sem o glamour, porque me passava demandas absurdas com prazos impossíveis, eu não a admirava nem um pouco. Só desejava que o prédio da empresa desabasse em cima dela.
De volta às suas reflexões trazidas por De repente 30, a citação sobre todos querermos sentir alguma coisa é algo que eu levo pra vida. Porque parece que nesse “pacote” do Adulto Que Devemos Ser vêm incluídas um monte de restrições de comportamento, incluindo gostar das mesmas coisas que gostávamos quando jovens ou ficar felizes com coisas simples, como se a partir de certa idade tivéssemos que nos tornar Pessoas Sérias, abandonar aquilo que amávamos e nos tornar cínicos.
“Quase 30 anos nas costas e ainda sendo fã de bandinha? Você não acha que tá velha demais pra isso?”, perguntam algumas pessoas. Eu me pergunto do que elas gostam, o que faz elas sorrirem no dia-a-dia. Ouvir minha cantora favorita é um alento na correria diária do transporte público. Ver um gatinho na rua, uma árvore florida, uma arara cruzando o céu do meu bairro de periferia são coisas que me deixam feliz e não escondo por medo de parecer boba ou infantil. Outro dia recebi os uniformes padrão do lugar onde estou trabalhando atualmente, e voltei pra casa toda felizinha porque tenho orgulho de ter conseguido esse emprego e ter o uniforme é um “símbolo” disso. Deus me livre de encarar tudo com ar blasé, como se nada me surpreendesse.
Você também diz em seu texto, amiga, que primeiro tinha pensado em escrever conselhos para sua versão de 13 anos. Eu gosto dessa ideia de escrevermos para nós mesmas, para quem fomos ou ainda vamos ser, mas eu acredito que a Lethycia de 13 anos não está separada da Lethycia de 26, então, tudo que eu puder dizer pra ela, ela meio que já teve ter entendido só de observar a nossa vida. Sendo assim, vou dizer algumas coisas para outros jovens adultos como eu, que também estão mais perto dos 30 do que dos 20.
Você não está ficando velho. Não acredite em quem diz isso;
Seja feliz com as coisas de que você gosta. Faça mesmo maratona de anime, colecione bonequinhos, compre aquilo que você não podia ter quando era criança. Essas coisas são o que torna a vida adulta menos chata;
Não finja costume com coisas que não faziam parte da sua vida antes. Não deixe de admirar o céu na sua primeira viagem de avião ou o mar na sua primeira ida à praia. É bonito mesmo! E quem já viu ainda pode se admirar sempre que vê!
Não deixe de experimentar coisas com as quais você não tem costume só por causa de opiniões alheias. Viajar pra um lugar que não está na moda? O que te impede? Dar um rolê diferente? Por que não? Ir ao cinema sozinha? Ninguém vai prestar tanta atenção em você!
Não se compare com outras pessoas. Você não está ficando pra trás. Você não está fracassando. Todo mundo tem um ponto de partida diferente, em condições que facilitam ou dificultam algumas coisas, e às vezes, cada um quer uma coisa diferente mesmo. Se você nunca se imaginou casando e tendo dois filhos e um cachorro, por que estar solteira te deixa triste quando você vê as fotos do ensaio de noiva da coleguinha?
Considere, é claro, amiga, que tudo isso é uma autocrítica. Entre todas as pessoas que podem vir a ler esta carta, sou eu quem mais precisa seguir esses conselhos. Eu detestaria ser o tipo de pessoa que tenta ensinar coisas inúteis ou que não fazem a diferença na vida de ninguém, então, nada melhor do que dar conselhos que eu mesma preciso seguir.
Espero que você, diferente de mim, já tenha aprendido tudo isso e reagido achando óbvio demais. E que 2024 te traga muito mais filmes interessantes e divertidos para assistir, ainda que repetidos!
Um abraço,
Lethycia
*Este texto foi dirigido a Luisa Manske, da newsletter Andanças, que em agosto de 2023 publicou suas impressões sobre De repente 30.
As últimas
Finalizei o mês de novembro com um total de 16.218 palavras escritas. Esse é meu maior número de palavras em um mês, desde que comecei a prestar atenção no quanto eu escrevia. Não vejo a hora de superar essa marca!
Estou avançando bastante no romance e bem perto de acabar. Tenho certeza de que consigo chegar ao fim ainda esse mês, e talvez em janeiro já enviar para leitores beta e começar a orçar os serviços de revisão. A meta é publicar em agosto. Não sei quando exatamente vou começar a roteirizar uma história nova, mas estou cheia de ideias.
Como Salvar uma Ceia de Natal enfim chegou às 100 avaliações publicadas na Amazon! E o melhor de tudo é que a média das notas é de 4,5 estrelas, o que significa que a maioria dessas cem pessoas considerou a experiência positiva! Que tal você também ler pra saber por que tanta gente gostou? É baratinho e ta disponível no Kindle Unlimited!
O tt literário publicou os rankings das três categorias em que De todas as paradas do mundo concorria no Prêmio Litera 2023. Ficamos em 7º lugar como Melhor Capa, em 5º como Melhor Lançamento LGBTQIA+ e em 1º como Melhor Lançamento Independente Brasileiro de 2023. Eu agradeço demais a todo mundo que apoiou e votou no nosso livro!
E por fim, tenho mais uma coisa pra comemorar:
Fui marcada em um post no Instagram e descobri que Mesmo que eu vá embora foi adaptado como peça teatral por alunos de uma escola pública de São Paulo! A peça foi apresentada por estudantes que fazem parte da Academia Estudantil de Letras (AEL) Graciliano Ramos, um projeto de prática artística, e combinava adaptações de três obras, incluindo também o conto Elevador a Serviço, de Cristiane Sobral, e o poema e curta-metragem Polícia e Ladrão, disponível na Netflix.
Um aviso
Avisei também na edição passada, mas sempre é bom lembrar: farei um recesso de fim de ano, então esta é a última edição de 2023 de Uma mulher que escreve. Eu volto com a preiodicidade de sempre no dia 10 de janeiro de 2024.
Se estiver com edições atrasadas, aproveite pra colocar todas em dia; se não estiver, releia suas favoritas e indique para amigos! Quero ver muito mais pessoas que leem me acompanhando por aqui no ano que vem!
Li, ouvi e assisti
Finalmente terminei de ler Eu sei por que o pássaro canta na gaiola e Medo Imortal. O primeiro é um livro de memórias sobre a juventude de Maya Angelou e sobre como as palavras a impactaram desde cedo e a ajudaram a passar por situações muito difíceis. Já o segundo é uma coletânea de histórias que flertam com o insólito, a fantasia e o horror, escritos por autores que fizeram parte da Academia Brasileira de Letras (ABL). Minha maior surpresa nesse livro foi Júlia Lopes de Almeida (que ajudou a fundar a ABL e só não teve sua própria cadeira por machismo). Os contos dela narram alguns horrores bem presentes nas vidas de mulheres, como a violência doméstica ou a pressão para manter a castidade, com um olhar que dificilmente um homem teria. Meu favorito dela se chama Os porcos e não é o único que trata desses assuntos.
Também terminei de ler Notas de um filho nativo e ainda nem sei direito o que comentar sobre esse livro. Com alguns dos ensaios, eu me sentia um pouco deslocada por não conhecer os filmes e livros que James Baldwin comentava, mas em outros, fiquei bem impressionada pela visão dele sobre política e sociedade. Meus textos favoritos desse livro foram o que dá nome ao livro, sobre a relação de Baldwin com seu pai; Igualdade em Paris, sobre a ocasião em que Baldwin foi preso em Paris por um crime irrisório; e Um estranho na aldeia, sobre os dois períodos de férias que Baldwin passou numa pequena aldeia na Suíça, onde era visto como um tipo de bicho exótico porque os moradores nunca tinham visto uma pessoa negra antes.
Comecei minhas tradicionais leituras de contos natalinos com Presente de Natal, de Zé Henrique Freitas, (lido por inteiro), e no momento estou lendo Você nunca brilhou tanto assim, junto com Notas sobre o luto, de Chimamanda Ngozi Adichie e Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector. Faltam 7 livros para que eu cumpra o meu desafio desse ano do goodreads (ler 75) e estou escolhendo livros curtos de propósito pra poder terminar a tempo.
Estou ouvindo, pelo podcast História Preta, a série Black Rio, sobre um movimento cultural criado pela juventude negra carioca nos anos 70, a partir de bailes com música e dança que proporcionaram não apenas um ambiente seguro para pessoas negras se divertirem, como também um reforço da autoestima e espaços de consumo de música e estética negra. Estou gostando muito e recomendo que ouçam também!
Também andei ouvindo as playlists O melhor dos acústicos, que tem muita música boa, e As mais tristes do twitter, cujo nome já diz tudo e que tem aquele sabor que eu adoro de ouvir uma seleção feita por outras pessoas.
Descobri que Animatrix está na Hbo Max porque apareceu na lista de conteúdos que serão removidos em breve, e adorei assistir à animação. No último final de semana, vi o novo filme de Natal do Prime Video, O primeiro Natal do mundo, que tem Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães junto com duas crianças e dois adolescentes muito fofos tentando recuperar a existência do Natal. E pelos meios alternativos, vi Assassinos da Lua das Flores (muito bom) e Ernest e Célestine (adorável).
Eu fico por aqui.
Um abraço,
Lethycia Dias
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amei essa news por dois motivos: andanças é uma das minhas newsletters preferidas e a sua lista de filmes conforto é muito boa.
ps: já passei dos 40 e sua lista de conselhos continua valendo aqui, obrigado!
ótimo texto, lethycia!
Lethycia, eu adorei demais a sua carta! Fiquei pensando que mesmo isso que você falou, sobre ter assistido o filme pela primeira vez já adulta, acaba sendo uma demarcação de coisas-que-a-gente-deveria-ter-feito-antes-de-uma-certa-idade. Como se fosse um problema não termos visto ou feito algo, mesmo que bobo ou pequeno, que aparentemente todo mundo já fez. A gente está cercado de expectativas assim, se pararmos para pensar. É tão cansativo, né?
Eu amo a Jenna vivendo toda aquela vida glamurosa e cheia de tretas que ela construiu com o olhar fresco de quem vê todos os sonhos de infância se realizando de repente. Traz uma sensação muito boa lembrar que a gente não precisa se levar tão a sério assim e que, no fim das contas, ninguém sabe o que está fazendo também. Tento trazer isso pra minha vida sempre e acho o máximo que você tenha essa postura também. Porque a gente gosta das bandinhas mesmo, de comprar aquilo que não podia antes, de realizar os sonhos de adolescente. É bom demais sentir essa alegria em meio aos corres todos de vida adulta que a gente precisa fazer. Sentir que a gente está avançando dentro dos parâmetros que definimos para nós e comemorarmos como quisermos é bom demais.
Tinha me esquecido da fala da Charlotte em Orgulho e Preconceito e adorei essa relação. A gente ri de nervoso porque sabe que, em alguma medida, essas métricas continuam presentes, mesmo que a vida tenha se transformado muito desde a época de Jane Austen. É como se estivéssemos sempre em uma corda bamba difícil de driblar. Compartilho da sua angústia.
Adorei a sua interpretação de que o grande vilão de O diabo veste Prada é essa cultura de trabalho. Nunca tinha pensado dessa forma. Adorei também os seus conselhos para quem está chegando nos 30. E vou dizer para você: está longe de ser óbvio por aqui. Tem algumas coisas que a gente sempre precisa ler e ouvir, relembrar de que está tudo bem e que tem um caminho sendo trilhado com um ritmo próprio que faz parte de quem a gente é. Vou guardar seus conselhos comigo e tentar segui-los também, porque na correria a gente acaba esquecendo.
Muito obrigada pelos desejos de 2024! Desejo a você também muito sucesso com sua carreira e seus livros e que seja um ano de muitas alegrias (as adultas e as adolescentes e as de infância haha) para nós <3